sábado, 9 de março de 2013

Quando me apaixono

Quando me apaixono,
Eu confesso ser estranha, mas de certa forma todos nos auto julgamos assim,
Estranhos na forma de amar,
Eu me apaixonei algumas e marcantes vezes,
Não citarei nomes,
Mas sim características,
Meu primeiro amor, não, não foi o do meu primeiro  beijo,
O primeiro beijo  foi com um melhor amigo de escola,
Olhos azuis e as coisas mais engraçadas, sentávamos juntos, fazíamos trabalho
Em dupla, ele era bonito, mesma idade, tínhamos uma afinidade alegre,
Era delicioso estar junto, um dia uma dessas brincadeirinhas de verdade ou consequência,
Nos levou ao beijo, meu primeiro  beijo, não falo de selinho, falo de beijo,  ele colocou minha meu cabelo atrás da orelha, sorriu e disse..
-tudo bem nada vai mudar..
- promete?- olhei pra ele
- sim garota...
E assim foi, a nossa amizade não mudou, ficamos ainda mais amigos..
Estudamos juntos da quinta até a oitava série.
Depois aquela idade de rolinhos e beijinhos, mas nada sério ou profundo.
Não até ele...o primeiro grande amor,
Músico, olhos verdes, mais velho,
Eu no fim dos quinze. Ele em seus 23,
Libriano convicto, inteiro, roxo,
Blues na alma,
Em um carmanguia vermelho,
Notas de violão, solos de guitarra
Aprender a olhar nos olhos, aprender sobre quem sou,
Me descobrir poeta de coração,
Desistir de tantas coisas,
Tanto tempo, até ele ter outra,
Um aperto no peito, e o fim de tudo,
Então fugi, fugi para uma escola doida,
Chamada vida, em outro lugar, outro pais,
Outras fronteiras e um gosto de liberdade viciante,
Novo gosto, nova gente, novo estilo,
Amigos, irmãos, outros ritmos, outras danças e até atuação,
Risadas diversificadas, universos  enxertados em mim,
Me descobri mulher, firmei minha identidade,
Aprendi  sobre política e opinião,
Y me encontre em tus  ojos ( verdes) tan bellos
una nueva história de amor,
Foi dramático, intenso, escondido ..
E depois fatídico, de fim rápido,
Depois de sete anos voltei,
Bom dia Brasil, voltei para os meus inimigos,
Dia a dia, família,
E então boooommmm, depois de jurar  deixar meu coração
Longe de amores,
Lá veio ele, me falou de fotos, de vagalumes,
Era maduro ainda que sem fé,
Inteligente, humilde e bem sucedido,
Profundo, seria um perfeito marido,
Correr cinco quilômetros,
Rir de quase tudo, e quase até pensar em ter uma Kombi com flores e uma cachorra vira lata,
E o fim...
Logo depois um lance , um lance da serra e um sotaque arrastado,
Com  Te e De por todos os lados,
Foi até mesmo safado.....foi muito safado,
E então ....Os olhos cor de mel mais penetrantes ,
Uma camiseta de banda velha,
Dedos largo de um blues almático.
Eu amei a primeira vez, amei com tudo,
Meu nome ficava lindo na voz,
Os olhos , o jeito de sorrir,
Era meu primeiro amor, melhorado em mil maneiras,
Em diversas dimensões,
Em outras vidas,
E intenso de tal forma,
A me manter longe de tudo,
Até mesmo de mim mesma,
E decidi por um fim
Uma quinta feira agonizante,
Eu parti da vida dele,
E então já Ele,
Olhos azuis vieram com vinho,
Aprendemos coisas á diário,
É o mais estranho sentimentos,
Em todos esses anos nessa indústria vital,
De Bob esponja a andar em bicicleta
E fascínio por bichos nas paredes, chão e até mesmo nas mãos,
Dias de distancia, inconsistência e irrelevância.
Ele agora monta quebra-cabeças,
Ele agora esta longe,
Mas mesmo assim estamos juntos,
Terminamos vinte vezes e voltamos vinte e uma,
Ele não é músico, nem poeta, nem artista,
Ele é político, meio serio, meio menino e meio bobo,
Assim tão bestamente confesso ,
Assim me apaixono,
Não sempre pelo mais bonito,
Mas geralmente pelo mais talentoso e profundo,
E aprendo deles,
Ensinando de mim,
Não me arrependo de nenhum,
Pois sou uma soma de tempo,
Onde cada um me ensinou o necessário,
Ainda que o necessário fosse desistir para seguir sendo quem sou.

Como uma boba juvenil
Ali

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