domingo, 23 de dezembro de 2012

Desabafo

Houveram dias onde covardemente busquei a morte,
tanta era minha falta de vida,
tentei me agarrar a esperanças passageiras,
ideais bobos,
Esse ano, foi uma escola para suportar torturas,
medos, desatinos, desilusões.
Aprendi a chorar, a reconhecer que nem sempre sou forte,
a sorrir quando a afronta me ferir fundo,
e dar de presente minhas lágrimas,
Houveram dias infernais, onde me senti só,
onde mitos caíram ao chão,
Foi a volta e o recomeço,
entender porque voltei,
Porque perder,
o choque da volta, os inimigos no sofá..
Meus gostos musicais mudados,
Meu olhar e minhas prioridades,
Eu voltei por mim e me vejo por outros,
e isso na verdade soma muito,
Sou paciente de novos preconceitos,
sou amante de algo irreal e profundo,
me apeguei , me dei....
Descobri algo sumamente triste,
estar vulnerável te faz refém,
A Ana Luiza nasceu na terça feira,
lá pelas 15 hs, foram dias banhados de nervosismo.....
Ana é a quarta gestação de minha irmã,
O primeiro é Allan tem 9 anos, esperto, bom companheiro,
bom filho, maduro demais para sua tenra idade,
Temos Amanda de 8, o parto dela foi complicado, pela demora e um erro médico,
nossa princesa hoje, é ESPECIAL, tem paralisia cerebral, diferente de retardo,
a demora no parto  a imprudência e o descaso médico fizeram com que ela hoje, dependa de nós
para tudo, ela não fala, não caminha, se comunica através do olhar, mas domina as faculdades mentais,
tendo como consequência apenas na coordenação motora e atrofia muscular, temos a Rafael de dois anos,
o nome dele significa CURA, e nós sabíamos que ele viria para sanar, de repente nos vem a noticia,
Vem ai um quarto neném, medo, apreensão, mas confiantes, foi muito difícil, o mesmo filme,
o mesmo descaso médico, a vulnerabilidade de dar-se nas mãos de alguém que tem tudo,
e o mais valioso, te faz refém do silêncio e injustiça e foi assim que o nascimento de Ana Luiza, ocorreu, por meio do SUS, a médica obstetra se negou a fazer a cesariana, esperando até um ultimo minuto de desespero  para que fosse pago, com uma liminar cedida pelo ministério público , era obrigatória a cesariana em menos de 24 hs, desde o momento que minha irmã chegou ao hospital ela foi humilhada por uma diplomata mediocre, que se diz médica , que jurou empenhar-se, destratou minha irmã, ameaçando, torturando psicologicamente , tecendo comentários absurdos, imagine você , em poder de sequestradores,
a arma não esta apontada para para você, esta apontada para quem mais ama, minha irmã precisava estar em silêncio, tinha medo, a diplomada tinha nas mãos o maior tesouro dela....
Foram dias difíceis, Ana nasceu perfeita, mas a abertura no ventre é de lado a lado, vejo ainda as marcas da dor e humilhação que a todos nos dói, a liminar gerou na médica uma revolta que teve como resultado uma tortura que durou todo o tempo, até minha irmã receber alta na sexta-feira do hospital...
Amanda esta com agente, o Rafa foi dormir em casa hoje, afinal ele ainda é um bebe, Ana é um doce, dorme e descansa , Allan é todo um homem, desde pequeno se acostumou a responsabilidade,
Digamos que comecei a entender porque voltei e não me arrependo, ganhei uma linda afilhada,
Confesso que é um ano difícil e não quero ser, para nada digna de lastima, mas sim demonstrar o real sentido da palavra Família, meio do qual fugi por sete anos inteiros.
Esse desabafo é para mim, escrever me ajuda a processar, me ajuda a respirar, a expor e transpor.
Eu tenho aprendido a me dar mais, ceder mais, ser mais vulnerável,
e deixar de ser impessoal, fingir que não dói ou não existe,
se perde metade da vida, enrolando-se em enganos, sem saber sentir o real,
escutando, ocultando, omitindo, perdendo.
Estou em tratamento, tive algumas crises de ansiedade , ou pânico, como queiram, descobri que não é ser louco, mas me sinto refém de um preconceito que eu já senti , Prozac ou o famoso Cloridrato  de Fluoxetina, o Makes me happy, a pilula da felicidade, estou com isso, duas por dia 40 mmg, quando chego em algumas farmácias, me pedem o documento da Aline, percebi a segunda vez, que é um preconceito meio massivo, mas confesso, que melhorei, bastante, e estou ainda em tratamento, a psiquiatra disse que meu medo era criar raiz, e descobri ao fim que é tudo que eu preciso, que ser livre , não é não estar preso, que não existe problema em querer ficar, permanecer e pertencer.
Confesso a todos, desabafando, que sou uma humana com defeitos gritantes, que nem sempre entende, ou nem sempre tem respostas,
Que está apaixonada pelos sobrinhos, triste pela injustiça, mas disposta a lutar contra,
que ainda amo girassóis e que a música me enlaça a alma,
Que tenho tentado ser boa filha, boa empregada, boa amiga, e até mesmo dar a cara a tapa para inimigos,
Confesso estar sensível....
Sou humana, padecendo de preocupações , tendo como inimiga minha simpatia pela sinceridade, e meu descaso com quem não merece meu respeito.
Aprendi a gostar de um cachorrinho lindo que morreu,
E que paguei todas minhas dividas,
que tenho mais sapatos do que deveria, e tenho saudades das minhas amigas de Argentina,
que não me arrependo de deixar coisas para trás, mas que tenho aprendido a viver.....
Que ainda sou intensa e meio teatral....
Que meu coração dói, não o músculo, mas o sentimento.
Mas repito a frase de meu querido Che Guevara
Eles podem arrancar todas as minhas flores,mas jamais acabaram com minha primavera.

Boas Férias.

Aline.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Saber em Sabor

Faz agora mais de um ano que voltei....
voltei?
Pensei...
com todas e mais reticências .......
Eu precisava viver esse ano,
assim como o vivi,
Conheci pessoas, agora pedaços dentro de mim,
alguns vivem em meus segredos,
outros em presente momento silenciado,
Me descobri mais forte, e com incerteza de liberdade,
Mudei os planos, devido ao ambiente habitado,
Raízes disse a tal que cuida da minha saúde mental,
Desmental...palavra inexistente, embora contundente na realidade de fatos.
Eu quis guardar beijos,
quis apagar toques,
desbloquear sentidos,
Então, me descobri,
eu tinha voltado,
totalmente diferente a tudo,
outro mundo,
Re aprender a viver em meio de vorazes inimigos..
Me lembrei de todas as fronteiras,
saudosamente, sim,
mas sem desejos de voltar atrás...
Ano, sim esse ano,
eu aprendi de pessoas,
de saber o sabor,
de dançar em ritmo que difere tempo e música,
aprimorei secundários,
terceirizando primordiais,
Descobri o mundo real bem aqui,
bem em mim,
Posso dizer que de meus desatinos,
ganhei também dentre tudo,
A luz em forma de princesa,
Eu conto para mim,
em mim para todos,
inenarável sentir mirabolante,
musicalidade expressa de meus olhos,
Esse ano eu voltei a aprender,
desacomodar,
reviver,
Deixar aquele chão,
me trouxe ao mundo real
do qual por dor estive fugado,
Hoje vivo,
reaprendo prelúdio.....
Se vou partir?
boa pergunta para quem sempre está indo.......
Mas eu sei,
que depois de não perceber,
abri os olhos,
senti
e expresso,
faz um ano eu voltei.....
Sim eu voltei,
e como é bom estar de volta....

Ali.....retorno transitório impregnante de sentimento ensináveis.

domingo, 16 de dezembro de 2012

Simples

Me despertar pela manhã com essas canções
que agora são nossas,
me guiar por teus pedidos,
sentir tua falta ainda com você,
Me diz, como ser assim?
Eu tenho medo,
ainda quando não deveria,
Teus sonhos,
meus....
Sim, inspira,
não apenas insana melancolia,
mas sim estado de espera e desejo....
Tens , estas...
Meu professor de colocações verbais...

Garota <3

domingo, 9 de dezembro de 2012

ilusa...

Não se trata apenas de conseguir ou seguir,
de não cumprir as promessas,
Ou até mesmo de repetir velhos hábitos,
Se trata de crer,
de ficar sem interesse,
sem que se peça,
mas sim ficar por envolvimento,
sem resquícios de um outro,
sem apelos introduzidos,
Se trata de um aperto ventricular,
de uma circulação tensa,
Se trata de que não se precisa de uma boa razão,
Apenas de querer ficar,
Eu fico muda internamente,
cega vidente,
Não me bastam já braços para rodear a cintura,
nem lábios que saciem o beijo,
Não apenas o entrelaçar carnal e saboroso,
Eu quero o propósito..
Eu quero o impossivel....

Se trata apenas de um querer idiotizado.