sábado, 29 de setembro de 2012

São mil os lápises

O livro sou eu,
muitas das vezes o lápis também,
a borracha também,
A capa, o prólogo,
e a dedicação...
Do epilogo pouco sei, já que dele a presença de um outro lápis se necessita,
Personagens compõe , decidem comigo e sem mim,
o rumo da história,
Existem,
alguns desaparecem e outros não resistem....
Reticencias misteriosas,
interrogações dolorosas,
virgulas desesperantes estimulam a perseverança
e aquele ponto final ambíguo,
E nesse livro, escreves tu,
decides tu,
existe tu,
eles, também elas,
Junta-se as histórias,
faz-se nova outra,
Dessas página sem jaz-ser amarelado,
Alguns capítulos uma carta,
outras um monologar em si,
num si mental,
outras um dialogo lembrado,
tatuado em palavreados ,
imagens e sons,
Livro eu, leias tu, interpretam todos
julgam todos e eu também,
redesenho, espero ter tempo,
readequando as frases,
parafraseando as idéias,
Eu sou também os pensamentos teus,
donos de tua noite,
Os dias de teu despertar,
Ser lápis não cria o gênero ,
não conclui o sexo,
não desfaz o alvo,
Ser lápis é responsabilizar,
criar,
recompor e cancelar,
Sou tua página,
e tua ponta,
Sou rabisco, e rascunho,
sou também frases esquecidas,
Sou e és ,
somos em ação e reação,
Readaptando mas sem fugir,
já fugi e me expressei em diários de bordo,
Sou eu mil lapises de mil escritas,
de mil pessoas,
que me acentuaram,
me inventaram,
me apagaram,
me republicam e interpretaram,
sou as rimas e as condensações,
Sou humana, desumana,
Real e ficticia,
Sou mil lapises em mil livros,
e mil páginas de encontro a tantos lapises....
um lápis
ápice,
prazer desfuncional.....

Sou história enredada em tua história,
sou um pouco de todos vocês em mim....

Ali de Mello
by livro

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