quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Poderia, não é mesmo?
eu poderia fingir que o rosto era o mesmo,
poderia até mesmo acreditar que o costume
trará esquecimento a dor,
quando na realidade o esquecimento é da mente
e não do coração
Ver você assim tampado de flores
e ela pequenina te pedindo para despertar,
eram tantas coisas ao mesmo tempo
e ao mesmo tempo perguntas que não ouso processar,
não ouso pensar,
você partiu sem dizer adeus,
mas pensando bem, quem quer uma despedida?
Eu quis escapar até o ultimo andar,
quando me dei conta que onde eu estava não haviam escadas...
Sim eu poderia, fingir ser forte e não chorar,
mas eu descobri que ser forte é quebrar-se diante de todos
e sem medo mostrar a debilidade
Que o dia de hoje sirva para unir
para juntar os pedaços que a crueldade deixou,
sentada junto a um tumulo com um saco de ossos,
e o cheiro desesperante da partida
Eu não sei como ela suportou, o coração ainda aberto
agora com a certeza de que não se fechara
e escutando- a de maneira tão destruída
pedindo perdão ao que vida tem
ahh ...aqueles olhos não saem de minha mente
e essa dor não me deixa,
eu adoraria dizer que é mentira
não ler, atender nem mesmo escutar
os tão repetidos pêsames ....
Eu poderia, mas sou humana
mas o rosto não era o mesmo
o espirito não estava ali
mas todos estávamos chorando e buscando dentro
de nos uma solução
para toda essa falta que somente depois de horas
fazem sua ausência insuportável....

Aline De Mello
para Robas eu herói de infância quem nos deixou ainda que sua vida foi doce sua partida foi amarga, te amo querido.


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